🇺🇸🇨🇳 EUA assumem controle do algoritmo do TikTok em acordo com a China: o que muda para criadores, anunciantes e o futuro das redes sociais

📌Introdução: quando política, tecnologia e marketing se encontram

As redes sociais moldam opiniões, influenciam eleições, ditam tendências de consumo e decidem quais criadores têm mais visibilidade. No centro desse poder está o algoritmo — o cérebro que decide o que aparece no feed de cada usuário.

Nos últimos meses, o TikTok — rede da chinesa ByteDance — tornou-se alvo de um acordo sem precedentes entre Estados Unidos e China , que coloca o controle do seu algoritmo e dos dados de usuários americanos nas mãos de entidades norte-americanas.

Esse movimento abre um novo capítulo para o marketing digital, a publicidade em plataformas sociais e a relação entre governos e big techs.

⚖️ O acordo histórico entre EUA e China sobre o TikTok

De acordo com a Reuters , os Estados Unidos terão maioria no conselho de administração do TikTok nos EUA, com seis dos sete assentos ocupados por americanos, enquanto a ByteDance manterá apenas um representante ( Reuters).

Outros pontos importantes:

• A Oracle será responsável pela infraestrutura de dados nos EUA, garantindo que as informações dos usuários não sejam repassadas à China.

• O algoritmo de recomendação do TikTok deverá ser operado sob supervisão americana, podendo inclusive passar por auditorias independentes .

• A Casa Branca afirmou que essa medida garante que o TikTok “funcione de acordo com padrões de segurança nacional” e sem risco de manipulação estrangeira ( AP News).

🔍Por que os EUA controlam querem o algoritmo do TikTok?

O TikTok tem 170 milhões de usuários nos EUA . Seu poder de influência é gigante:

• É a plataforma preferida da Geração Z para descobrir produtos, notícias e até as mesmas informações políticas.

• Diversos especialistas apontaram que seu algoritmo é altamente viciante , capaz de aumentar o engajamento em nichos específicos como nenhum outro concorrente.

• Há temores de manipulação política e de desinformação , caso o algoritmo fosse usado de forma estratégica pela China.

Para o governo americano, controlar o algoritmo é garantir que o TikTok não seja uma arma de influência estrangeira.

📈 Impactos para criadores de conteúdo

Os criadores dependem do algoritmo do TikTok para alcançar novos públicos. Qualquer mudança pode afetar:

• Taxa de alcance orgânico: se o algoritmo for ajustado para reduzir riscos, pode alterar o que viraliza.

• Regras de recomendação: conteúdos sensíveis, políticos ou que envolvam determinados temas podem perder visibilidade.

• Novas análises de engajamento: o algoritmo pode priorizar segurança e transparência em detrimento de apenas watch time e curtidas.

Em outras palavras: os criadores precisarão estar ainda mais atentos às tendências, boas práticas e conformidade com as diretrizes da plataforma.

💰 Impactos para anunciantes e vendas online

O marketing digital também sentirá os efeitos:

• Mais segurança para marcas : com supervisão americana, anunciantes podem ter mais confiança em investir pesado em mídia paga na plataforma.

• Mudanças na segmentação : há limitações no uso de dados, a forma como os anúncios são segmentados podem mudar.

• Custo por clique/CPM : dependendo da alteração do alcance orgânico, os custos de mídia podem subir ou cair.

O TikTok já movimenta bilhões em publicidade. Segundo estimativas de mercado, a rede deve ultrapassar US$ 20 bilhões em receita publicitária global em 2025 — e os EUA são o maior mercado.

🌍 O efeito dominó: e o resto do mundo?

O acordo não afeta apenas os EUA. Ele cria um precedente global:

• Europa: pode iniciar a União Europeia a exigir maior transparência algorítmica de todas as redes sociais, algo já em discussão na Lei dos Serviços Digitais .

• Brasil e América Latina: governos podem observar o caso e discutir medidas semelhantes, principalmente diante do impacto das redes políticas.

• China: terá que lidar com o dilema de ceder parte do controle para manter a presença global do TikTok.

📊 Comparando com outras redes sociais

Não é a primeira vez que governos pressionam big techs:

• O Facebook (agora Meta) foi duramente questionado após o escândalo da Cambridge Analytica , que usou dados de milhões de usuários para influenciar eleições.

• O YouTube já alterou várias vezes seu algoritmo para lidar com notícias falsas, radicalização e conteúdo contratado.

• O Instagram mudou recentemente seu algoritmo após ser acusado de facilitar a atuação de predadores ( The Verge).

O diferencial aqui é que, no caso do TikTok, trata-se de um acordo internacional entre duas superpotências .

🚀O que esperar daqui para frente

Algumas opções possíveis:

1. Mais transparência nos algoritmos : governos pressãoão para que as plataformas revelem como seus sistemas funcionam.

2. Criação de conselhos independentes : outras redes podem adotar modelos semelhantes de supervisão.

3. Mudança no conteúdo recomendado : possível redução de virais “nocivos” e maior ênfase em conteúdos educativos, seguros ou com viés comercial.

4. Aumento na confiança dos anunciantes : as empresas podem investir mais sabendo que há maior controle regulatório.

✅ Como se preparar: dicas para criadores e marcas

• Canais diversificados: não depende apenas do TikTok; invista em Instagram Reels, YouTube Shorts e Pinterest.

• Crie conteúdo evergreen: materiais que são cada vez mais relevantes mesmo se o algoritmo mudar.

• Aposte em autoridade e comunidade: quanto mais leal for sua base, menos dependente do algoritmo você será.

• Monitore tendências regulatórias: entenda que a publicidade digital cada vez mais estará vinculada às leis de transparência e segurança.

🔚 Conclusão

O acordo entre EUA e China sobre o TikTok é mais do que uma disputa política: é um marco histórico na regulação de algoritmos e no futuro das redes sociais.

Para usuários, pode significar um feed mais seguro e transparente. Para criadores e anunciantes, representa um campo em constante mudança, que exige adaptação rápida.

Seja qual for o resultado, uma coisa é certa: os algoritmos nunca mais serão vistos como “caixas-pretas intocáveis” . E isso abre uma nova era para o marketing digital, onde a tecnologia, a política e a criatividade caminham lado a lado.